Conexão Imaruí

Mãe: a eternidade em forma de abraço

No calendário, o segundo domingo de maio floresce diferente. Há uma ternura no ar, uma espécie de silêncio sagrado entre as palavras que circulam nos cafés da manhã apressados, nos almoços de domingo mais demorados, nas mensagens enviadas com emojis que tentam, em vão, traduzir o amor. É Dia das Mães. Mas talvez essa data nem devesse caber em um só dia.

Ser mãe é ser morada antes mesmo do nascimento. É ser abrigo em noites febris, farol nas tempestades adolescentes, e porto seguro nos naufrágios da vida adulta. A mãe é a primeira voz que aprendemos a reconhecer, o primeiro toque que nos acalma, o primeiro amor que não exige nada em troca, mas entrega tudo.

Nas cidades, enquanto o comércio se enche de flores e vitrines com promoções especiais, há um outro tipo de presente que não se compra: tempo. Um café tomado junto, um olhar demorado, um “te amo” dito sem pressa. Porque o amor de mãe não precisa de luxo; basta presença.

E nem toda mãe se encaixa no retrato antigo da propaganda. Há mães que são pais. Avós que viraram mães duas vezes. Mães que criam filhos que não pariram. Há mães que se foram cedo demais, mas que moram em fotografias e memórias. E há aquelas que ainda estão aqui, com as mãos calejadas de tanto cuidar, mas com o coração inteiro, como se a vida nunca tivesse doído.

Hoje, mais do que comemorar, é preciso reconhecer. Mãe não é só palavra no dicionário: é verbo em movimento, é poesia cotidiana, é resistência e renascimento. É colo que não envelhece, mesmo quando os cabelos prateiam.

Neste Dia das Mães, que cada abraço dado seja um poema sem rima, que cada lembrança seja um altar, e que cada mulher que carrega em si o dom de cuidar, com ou sem filhos biológicos, seja celebrada como merece: com gratidão, com amor, e com a certeza de que ser mãe é ser eternamente casa.

Compartilhe:

WhatsApp
Facebook
Twitter
Email
Você também pode gostar